Do DN Online
Moisés Alves da Silva, raptado em 1998, com 1 ano e 7 meses
Novidades sobre o caso
do desaparecimento de cinco crianças em circunstâncias misteriosas num
intervalo de três anos, entre 1998 e 2001, no bairro Planalto, vão ser
divulgados na próxima segunda-feira (03), em audiência pública na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte com a CPI do Tráfico de
Pessoas do Senado Federal. De acordo com o senador Paulo Davim (PV-RN),
vice-presidente da CPI, há um estrangeiro apontado como suspeito de
raptar as crianças. Segundo a assessoria do senador, já se tem
informações do nome do suspeito.
A audiência foi proposta
pelo senador potiguar para ouvir as famílias, o delegado responsável
pelo caso e o secretário de segurança do estado. Na ocasião, a
presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, Vanessa Graziotini (PCdoB-AM),
estará presente na audiência, além da senadora Lídice da Mata, também
integrante da Comissão.
Joseane Pereira dos Santos, raptada em 1999, com 8 anos
Envolto em mistério, o
caso do desaparecimento das crianças do Planalto desafia as autoridades
policiais do Rio Grande do Norte. Entre novembro de 1998 e dezembro de
2001, as cinco crianças (Moisés Alves da Silva, raptado em 1998, com 1
ano e 7 meses; Joseane Pereira dos Santos, raptada em 1999, com 8 anos;
Yuri Tomé Ribeiro, raptado em 2000, com 2 anos; Gilson Enedino da Silva,
raptado em 2000, com 2 anos e Marília da Silva Gomes, raptada em 2001,
com 2 anos) foram raptadas sob as mesmas condições: à noite e enquanto
dormiam.
Marília da Silva Gomes, raptada em 2001, com 2 anos
Com exceção de Joseane
Pereira dos Santos, 8 anos, que dormia na casa da vizinha, as outras
crianças sumiram de suas respectivas moradias sem deixar rastro. Pistas
falsas foram enviadas aos familiares e supostos envolvidos com os
desaparecimentos ouvidos pela polícia, porém, ao que tudo indica, nada
ajudou a desvendar os raptos, que continuam sem solução.
TRÁFICO DE PESSOAS
Yuri Tomé Ribeiro, raptado em 2000, com 2 anos
Durante outra audiência
da CPI do Tráfico de Pessoas realizada em maio deste ano na Assembleia
Legislativa do RN, a promotora de Justiça Fernanda Arenhant, que
representou o Ministério Público, falou sobre o desaparecimento das
cinco crianças do bairro Planalto e levantou a hipótese do crime ter
relação com o tráfico de pessoas. “Até hoje não há esclarecimento sobre
as circunstâncias em que essas crianças desapareceram. Esse tema é pouco
discutido, pouco conhecido, especialmente o tráfico interno. Muitas
pessoas acham que esse crime se resume a exploração sexual e prática da
prostituição."
Gilson Enedino da Silva, raptado em 2000, com 2 anos
A presidente da ONG
Resposta, Ana Paula Felizardo também falou sobre o caso das crianças do
Planalto e pediu que a CPI encaminhasse o caso à Polícia Federal. “É
preciso uma força tarefa. Peço que as mães e familiares dessas crianças
transforme o luto em luta e ajudem nas investigações”, declarou. O
ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho comentou o caso e
colocou a equipe do Ministério à disposição da CPI para eventuais
contribuições. “Um dos casos mais estarrecedores e que nos entristece é o
dessas cinco crianças, que até hoje não há noticia nem delas e nem dos
criminosos. Que a capacidade de se indignar se transforme na capacidade
de atuar”, declarou.