Luiz Henrique Ferreira Romão, o
Macarrão, disse durante interrogatório no júri popular do caso Eliza
Samúdio, realizado na madrugada desta quinta-feira (22), que levou de
carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, em Belo
Horizonte, e que lá a jovem entrou em um Palio preto. “Ele ia levar ela
para morrer”, afirmou o réu sobre a ordem recebida.
Braço direito de Bruno na época do
crime, Macarrão é acusado de homicídio triplamente qualificado,
sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver
Após a leitura da denúncia, Macarrão
disse à juíza que a acusação contra ele “em partes é verdade”. Ele
admitiu que, em depoimentos anteriores, não falou tudo que sabia sobre
Eliza Samudio. “Quero deixar bem claro para a senhora que eu não sou
esse monstro que as pessoas colocaram. E hoje eu vou falar tudo que a
senhora queira ouvir da minha boca e colaborar com a verdade dos fatos”,
afirmou o réu no início do interrogatório.
Ele disse que era conhecido como
administrador de Bruno, mas que “fazia de tudo, cuidava da casa, dirigia
carro”. “No começo só pagava as contas. Depois foi criando um vínculo
maior, o grau da confiança foi aumentando”.
‘Orgia no apartamento’
Macarrão disse que Bruno conheceu
Eliza Samudio durante “orgia no apartamento” e que, tempos depois, o
goleiro contou que achava que a jovem estava grávida dele. O réu disse
que não levou Bruno a sério, mas que o goleiro iria encontrar Eliza para
conversar. Meses mais tarde, Bruno retomou o assunto e confirmou que “a
garota estava grávida mesmo”.
Na festa em que conheceu Eliza,
segundo Macarrão, Bruno teria contado que “transou com a garota em 15
minutos”. Ele disse que “nunca rolou droga em nenhuma festa”. O réu
contou à juíza que só foi saber o nome de Eliza no Rio de Janeiro,
quando Bruno a forçou a vítima a tomar abortivos, segundo boletim de
ocorrência.
De acordo com Macarrão, Bruno passou
telefone e e-mail do amigo para Eliza, que “só ligava para falar do
dinheiro”. “No momento que assumi toda situação de trabalho no Rio,
depositei duas ou três vezes”, disse Macarrão sobre pensão alimentícia
de cerca de R$ 3 mil.
Ele ia levar ela para morrer’
No dia 10 de junho de 2010, Macarrão
disse que Bruno estava estranho no telefone e que o jogador pediu que
ele levasse Eliza Samudio até a toca perto da Pampulha, onde teria uma
pessoa esperando por ela. “Ele falou que ia…”, começou a dizer ao júri.
“Antes de dizer o que ele ia fazer, eu quero dizer que eu disse pra ele
deixar aquela menina em paz”.
Macarrão disse que falou para Bruno
que vários outros já estavam presos. “Ele falou que era para deixar com
ele”, disse o réu antes de começar a chorar e embargar a voz. Segundo o
relato, Macarrão continuou alertando o goleiro. “Eu estou indo sim, como
seu funcionário, eu só quero que você saiba que você vai acabar com a
sua carreira”.
O réu disse à juíza que não sabia o
que iria acontecer com Eliza, mas que “pressentia” e que, ao perguntar
ao amigo o que ele estava fazendo, Bruno respondeu: “Deixa comigo, eu
sou o Bruno”. Macarrão afirmou que o goleiro pediu para que ele largasse
“de ser bundão”. “Ele ia levar ela para morrer”, afirmou.
Macarrão afirma que foi com o primo de
Bruno menor de idade levar Eliza. “Quando cheguei lá, foi tudo muito
rápido [...] Eu saí já correndo, quase bati o carro no poste. Não vi
[quem levou Eliza], muito escuro. Era um Palio preto. A pessoa tirou a
Eliza da Ecosport”.
Segundo depoimento do réu, Eliza havia conversado com Bruno
anteriormente e achava que estava sendo levada para apartamento onde
iria ficar com o jogador, motivo pelo qual o bebê teria ficado com o
atleta. Macarrão disse que Eliza desceu voluntariamente da Ecosport de
Bruno: “Ele falou para ela [que alguém estava esperando lá]“.
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